“Grande foi o entusiasmo, honten, no nosso primeiro teatro […]. O maestro Pedro de Freitas Branco conseguiu impor-se mais uma vez como organizador e especialmente como director.” A notícia é do Comércio do Porto, de 13 de abril de 1928, e o “primeiro teatro” a que o repórter se refere é o Teatro São João. A citação foi extraída de Noble et Sentimental: Pedro de Freitas Branco e a interpretação da música de Maurice Ravel, o livro onde Cesário Costa revisita, ao longo de mais de 400 páginas, a vasta e singular carreira de Pedro de Freitas Branco (1896-1963).
Fundador de companhias de ópera e organizador de concertos sinfónicos, o maestro português dirigiu diferentes orquestras europeias em inúmeras ocasiões, tendo sido reconhecido como um dos principais intérpretes da música orquestral de Maurice Ravel. No dia 18 de janeiro, o Teatro São João e o legado artístico de Freitas Branco reencontram-se na apresentação deste monumental Noble et Sentimental.
Editada pela Húmus e pelo CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), a obra da autoria de Cesário Costa procura apresentar o modo como se estabeleceu o diálogo estético entre o compositor francês e o maestro português e de que forma isso se revelou fundamental nas interpretações deste último. Noble et sentimental: Pedro de Freitas Branco e a interpretação da música de Maurice Ravel foi também lançado numa edição francesa.
“O trabalho de investigação empreendido por Cesário Costa em torno da figura de Pedro de Freitas Branco (1896-1963) […] representa um contributo inédito e valioso para o conhecimento desta figura ímpar. […] Merece a atenção de todos os estudiosos, preenchendo uma manifesta lacuna e conferindo o merecido relevo a uma das figuras que melhor projetaram a cultura portuguesa do século XX no plano internacional, e cuja atuação no panorama musical português do seu tempo lançou em parte as bases da nossa contemporaneidade”, escreveu Paulo Ferreira de Castro no prefácio.
O livro vai ser apresentado no Salão Nobre do Teatro Nacional São João no dia 18 de janeiro, sábado, às 16:00 horas. Para além do autor, a sessão contará com a presença de Luísa Cymbron, numa conversa moderada por Jorge Castro Ribeiro.
Mais informações sobre o lançamento do livro aqui.
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14 de janeiro de 2025