Após a estreia da primeira produção própria da presente temporada, As Bruxas de Salém, de Arthur Miller, – em cena entre 16 de março e 2 de abril – o Teatro Nacional São João arrancou com os ensaios da sua próxima produção: Suécia, de Pedro Mexia. Os ensaios do espetáculo começaram em abril, no Mosteiro de São Bento da Vitória.
Com um antigo fascínio por esse país escandinavo, Suécia marca a estreia de Pedro Mexia como dramaturgo. Segundo o escritor e crítico literário, a obra joga com a suspeita de que todos temos “uma certa ideia” da Suécia. Uma mitologia difusa: o país “metafísico-angustiado” dos filmes de Bergman, o paraíso (perdido?) da social-democracia, mas também a pátria do infernal Strindberg ou dos açucarados ABBA.
A peça transporta-nos para o rescaldo das eleições de setembro de 1976, que ditaram o fim de meio século ininterrupto de governação do Partido Social-Democrata. As eleições coincidem com o casamento de Monika, filha de Egerman, um intelectual sexagenário e amargo, “retirado do mundo”, que não esconde o seu contentamento com o fim desse consulado.
Com encenação do diretor artístico do Teatro Nacional São João, Nuno Cardoso, Suécia é um lugar onde se discute sobre a ideia de futuro, o fim das ilusões, as boas intenções. Um lugar onde as linhas de fronteira entre o público e o privado, o político e o íntimo se tornam indistintas. Para além dos atores residentes do TNSJ – Joana Carvalho, Jorge Mota, Lisa Reis, Patrícia Queirós, Paulo Freixinho e Pedro Frias –, o espetáculo conta ainda com António Fonseca no elenco. Suécia estará em cena no Teatro São João entre 8 e 25 de junho.
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5 de maio de 2023