Arrancaram no passado mês de junho os ensaios da próxima produção do Teatro Nacional São João, concebida em parceria com uma das mais emblemáticas companhias da cidade do Porto, a Seiva Trupe - Teatro Vivo. Sete anos depois de levantarem Espectros, de Henrik Ibsen, os caminhos do TNSJ e da Seiva Trupe voltam a cruzar-se. A relação agora retomada volta a escrever-se novamente com o alto patrocínio de um dos maiores nomes da dramaturgia do século XIX: Anton Tchékhov.
No ano em que a Seiva Trupe cumpre 50 anos, o TNSJ alia-se à companhia portuense e a Júlio Cardoso, um dos seus históricos fundadores e antigo diretor artístico, para levantar O Canto do Cisne (1888), um dos clássicos do dramaturgo russo. Aos 85 anos, Júlio Cardoso dará vida ao melancólico Vasili Svietlovidoff, um velho ator que é esquecido no camarim após o espetáculo e acorda trancado dentro do teatro. Enquanto caminha pelo palco, o artista fala sobre a morte iminente e recorda momentos importantes da carreira, o que o leva a alternar entre a nostalgia e a euforia.
O Canto do Cisne marca também o regresso de Nuno Cardoso às incursões no território dramático de Tchékhov, depois de já ter encenado Platónov (2008), A Gaivota (2010) e As Três Irmãs (2011). Platónov (2008) chegou a ser eleito o melhor espetáculo do ano pelo jornal Público, obtendo também uma menção honrosa da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
É com O Canto do Cisne que o Teatro Nacional São João arranca a próxima temporada setembro-dezembro 2023. Um começo fora de portas, já que a peça estará em cena na Sala Estúdio Perpétuo, no Porto, casa da Seiva Trupe desde 2021. O Canto do Cisne estreia-se simbolicamente a 11 de setembro, dia em que a Seiva Trupe foi oficialmente fundada enquanto sociedade artística, e fica em cena até ao dia 17.
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12 de julho de 2023