Descrição
Brecht falava de margens e dizia-as tão “violentas” como a violência do “rio que tudo arrasta”, porque o comprimem. Margem, com direção de Victor Hugo Pontes, fala de uma violência similar, a de jovens em risco na periferia da vida, como a dos Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado, livro que lhe serviu de inspiração e “guia para o caminho”, desconstruído e reconstruído aqui pela escrita de Joana Craveiro. Ao diálogo entre a linguagem coreográfica de Victor Hugo Pontes e o livro sobrepôs-se uma segunda camada, a das histórias de vida, recolhidas em pesquisa prévia, de crianças institucionalizadas da Casa Pia e do Instituto Profissional do Terço, e ainda uma terceira, feita das memórias e experiências dos próprios intérpretes e do seu processo de construção do espetáculo – todas estas camadas se entrecruzam no texto original desta criação. Um elenco de miúdos dos 14 aos 20 anos (mais um bailarino e um ator profissional) habita o palco-casa-abrigo, colchões espalhados pelo chão, o oásis (sonhado?) de uma palmeira, como um espaço vital de (sobre)vivência de si em grupo, em família, até. Margem, a meio caminho entre a dança e o teatro documental, movido por uma banda sonora urgente e tribal, é assumidamente um trabalho “muito político”. Racismo, sexo, revolução e morte afloram igualmente, mas há uma energia vibrante a percorrer Margem, e essa energia persiste e resiste.
Programa de sala
Galeria
Créditos
direção Victor Hugo Pontes texto Joana Craveiro cenografia F. Ribeiro montagem de cenografia Valter Maior música Marco Castro e Igor Domingues (Throes + The Shine) direção técnica e desenho de luz Wilma Moutinho operação de luz Pedro Correia operação de som Rodolfo Sá Pereira
consultoria artística Madalena Alfaia direção de produção Joana Ventura produção executiva Mariana Lourenço
interpretação Alexandre Tavares, André Cabral, David S. Costa, Hugo Fidalgo, João Nunes Monteiro, José Santos, Magnum Soares, Marco Olival, Marco Tavares, Nara Gonçalves, Tiago Ferreira, Vicente Campos, Vicente de Freitas Melo interpretação de Tiago Ferreira em substituição de Rui Pedro Silva
figuração Afonso Monteiro, António Freitas, António Melica, Gustavo Silva, João Vargas e Pires, José Pedro Amorim, Luís Saraiva, Manuel Morais, Mateus Guedes, Santiago Silva
coprodução Nome Próprio, CCB – Fábrica das Artes, Teatro Aveirense apoio à residência Centro Cultural Vila Flor parcerias Centro de Educação e Desenvolvimento de Pina Manique - Casa Pia de Lisboa e Instituto Profissional do Terço
A Nome Próprio tem o apoio da República Portuguesa – Ministério da Cultura / Direcção-Geral das Artes e é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto.
estreia 27Jan2018 Centro Cultural de Belém (Lisboa) dur. aprox. 1:20 M/12 anos
Sessões
Teatro Carlos Alberto
· qui · 10:30 | ||
· qui · 21:00 | ||
· sex · 10:30 | ||
· sex · 21:00 | Conversa pós-espetáculo | |
· sáb · 19:00 | ||
· dom · 16:00 | Língua Gestual Portuguesa |